Fiquei da rua olhando para o céu em busca de
exatamente nada.
Observei apenas a lua, o extremo oposto. Horas atrás eu estava em Piratininga vendo o sol se pôr. Apenas fechei os olhos e contei até 40 (quarenta), na esperança de ao abri-los, encontrar você. Pensamentos a mil. Lembrava-me de seus gestos que hoje não fazem mais parte da minha rotina. Recordava-me de seus hábitos, seus bicos, seus medos, seus sonhos, seus planos, seus braços, abraços, seus risos, sorrisos, suas carícias, suas promessas... Promessas de cumplicidade, de irmandade, de solidariedade, de sinceridade, de lealdade, de eternidade...
Passaram-se 40 segundos. Tudo mentira! Finalmente abri olhos para ver que eram apenas "promessas políticas". Pude enxergar que tudo aquilo que era de fundamental importância para mim, simplesmente virou areia, virou pó. O que antes me sustentava, hoje me faz mal.
Letras vazias. Mesmo assim escrevi seu nome na areia. E quando meu bateu aquela dorzinha no peito, quando a saudade quis vingar, as ondas do mar se manifestaram. Hoje não vejo mais seu rosto, como via em todos os rostos que olhava. Hoje não sinto mais seu cheiro como sentia em todas as ruas em que passava. Hoje não vejo mais seu nome, pois a onda do mar fez questão de carrega-lo para o acaso. Não fui eu que fiz questão de apagar você da minha vida. O destino é quem se encarregou de tal fato.
A essência de um anjo perdida no tempo. Sem seu brilho pra me iluminar, tudo ficou tão escuro, tão vazio...
(26/01/2011 às 23:40 - Registro de um diário imaginário do Profeta Porventura)