"Se de tudo faço poesia, nada me abala. Qualquer dor emocional não passa de rimas para o meu poema."

26 de fev. de 2011

Pierrot

Sou falsa, insensata
É tudo uma farsa
O sorriso virou choro
Preciso de carinho e consolo

Sou um pierrot
Meu nariz apertável está vermelho
O riso é o meu temor
Não quero ver o espelho

Espalho alegrias
Conto piadas
Chamam-me de retardada
Mas minhas mãos são tão geladas

Sinto-me só
Nesse mundo em grupo
Ninguém tem dó
A felicidade é um estupro

Pessoas vivas  já são mortas
Abro a janela, olho através dela
Não tenho preconceitos, não crio cotas
Passo adiante a minha idéia

Isabelle Maestrini

Geração Abortada

Tenho saudades do que não vivi
Eu não me sinto bem
Já nem sei quem é quem
Quero sair daqui...

Desejo beijo  com amor
Justiça sem medo de lutar
Cartas com flor
Não ter dinheiro pra contar

Quem será que vai ganhar um milhão?
Que lindo celular!
Já lançou o novo All Star
Disney! Atrasou o avião...

Quero viver a liberdade
Quero lutar pelos meus direitos
Chega de inúteis vaidades
Respeitem os desrespeitos

Vamos escolher nosso presidente
Temos que ser conscientes
Sim, não tenho religião
 Cansei de fingir gratidão

Pare de se queixar e de contar
Vamos à luta
Se questione, pergunta
Uma nova crítica ideologia quero cantar

Isabelle Maestrini

Algarismo “dez” do número “ zero”

A minha inspiração
Inspira o que eu mais amo
E expira o que há em meu coração
Jogo tudo pelo cano

Idéias vêm e vão
Perdem-se no abismo
Meus amores são em vão
O que resta é só o cinismo

Um sorriso de lado,
Um ar apaixonado,
Nada muda, não está diferente
Tudo se repete, amor repetente

Prometo, juro que não
O jurado levanta a placa,
Jogo-me no chão,
Sinto-me novamente fraca

Desacelero, mas não adianta
Adianto-me e sigo adiante
Fico distante
Mas renasce a planta...

Isabelle Maestrini

Quebre com limites

Liberdade, eu desejo a liberdade
Quero quebrar as correntes
Quero me tornar independente
Enfim, ser feliz de verdade

O cordão umbilical será cortado
Chega de tutela
Quero sair desta cela
Finalmente estar desacompanhado

Será que é preciso alguém
Ficar sempre olhando pra mim
E dizendo o que tenho que fazer, enfim
Agora não existe alguém pro quem

Cansei, sinto-me exausta
Não quero estar acordada
Não quero ser a casta
Não sou mais patrocinada

Liberdade, viva a liberdade
Compre canudos, queime as ervas
Detone sua vida com a vaidade
Mate já as Evas!

Isabelle Maestrini

21 de fev. de 2011

Ainda que

 eu ande pela escuridão, minhas palavras não se silenciarão, meu sorriso não se esconderá, meu medo não se manifestará, pois feliz é aquele que, mesmo em meio a tempestade, continua mantendo vivo seus sonhos surrealistas.

E que tentem dormir meus sonhos, em vão, porém tentem! porque há de nascer ainda, aquele que tem o poder de apagar a luz que existe em mim!










(21/02/2011 às 22:31 - Registro de um diário imaginário do Profeta Porventura)

11 de fev. de 2011

Toda ‘Rosa’ Que Houver Nessa Vida Pra Você

Uma rosa entre as pedras nasceu
Com muito amor ela cresceu
Mesmo ela sendo inofensiva aparentemente
Ela machucou muita gente

Seus espinhos causaram um corte profundo
Gotas vermelhas caíram no chão
As lágrimas confessaram uma grande solidão
A rosa se perdeu no mundo

Toda rosa tem espinho
Não se iluda com o seu encanto
Tome cuidado, portanto
Preste atenção em seu caminho

Até o mar de rosas não é bem um mar de rosas
 Ela pode ser linda, apaixonante ou até quente
Mas no início ela é inconseqüente
No fim, as rosas te fazem sofrer, são todas perigosas.

Mesmo assim...
Rosas todas querem ter
Pois tudo tem o lado  bom e o lado ruim
Até mesmo as rosas que representam você...


Isabelle Maestrini

Lágrimas do céu

Observo da janela
As gotas que caem do céu imenso
E nisso penso...
Qual é a origem delas?

Invento várias verdades para supor
Essas gotas são tão tristes e belas
Acho que o céu sofre de amor
Deve sofrer de ilusões como aquelas

Seu amor deve ser impossível
Por isso, ele desabafa com seu travesseiro
E confessa ao seu espelho
Céu... Você é tão sensível
Às vezes o Sol você convida
E de azul você se arruma
O Sol tenta trazer a alegria pra sua vida
Mas não consegue trazer alegria alguma
Quando o Sol vai embora,
Você fica triste e por isso chora e chora

A chuva toca o meu rosto
De tristeza tem o seu gosto
Ela escorre sutilmente
E se seca delicadamente...


                Isabelle Maestrini

8 de fev. de 2011

Fui tolo,

Em acha que você poderia ser uma pessoa boa, e que todo o mal que me fazia não era intencional. Por acreditar que toda aquela sua intolerância era apenas o seu jeito, que todo aquele seu comportamento era apenas passageiro, e que minhas lágrimas eram apenas temporárias. Por ter fechado os olhos pra não ver os erros, e ter me calado em meio as falhas. Por ter escondido a infelicidade e todo aquele sentimento de insatisfação. Por ainda ter estendido a mão depois daquele tapa na cara. Por não ter parado de pensar em alguém que me tratava com total indiferença. Por ter lutado sozinho em função do resgate de uma relação que já havia chegado ao fim. Por ter acreditado em suas juras de amor, e todas aquelas mentiras de eu ser seu anjo. Por ter sonhado com nós dois naquela ilha deserta...
Te amar incondicionalmente me fez ser o mais perfeito idiota. Ser o mais perfeito idiota me fez querer mudar. Querer mudar me renovou. Hoje, me renovo a cada dia, e, graças a isso, consigo viver sem te ter.







(09/02/2011 às 02:18 -Registro de um diário imaginário do Profeta Porventura)

3 de fev. de 2011

Tudo tão escuro e tão vazio...

Fiquei da rua olhando para o céu em busca de exatamente nada.
Observei apenas a lua, o extremo oposto. Horas atrás eu estava em Piratininga vendo o sol se pôr. Apenas fechei os olhos e contei até 40 (quarenta), na esperança de ao abri-los, encontrar você. Pensamentos a mil. Lembrava-me de seus gestos que hoje não fazem mais parte da minha rotina. Recordava-me de seus hábitos, seus bicos, seus medos, seus sonhos, seus planos, seus braços, abraços, seus risos, sorrisos, suas carícias, suas promessas...  Promessas de cumplicidade, de irmandade, de solidariedade, de sinceridade, de lealdade, de eternidade...




















Passaram-se 40 segundos. Tudo mentira! Finalmente abri olhos para ver que eram apenas "promessas políticas".  Pude enxergar que tudo aquilo que era de fundamental importância para mim, simplesmente virou areia, virou pó. O que antes me sustentava, hoje me faz mal.

Letras vazias. Mesmo assim escrevi seu nome na areia. E quando meu bateu aquela dorzinha no peito, quando a saudade quis vingar, as ondas do mar se manifestaram. Hoje não vejo mais seu rosto, como via em todos os rostos que olhava. Hoje não sinto mais seu cheiro como sentia em todas as ruas em que passava. Hoje não vejo mais seu nome, pois a onda do mar fez questão de carrega-lo para o acaso. Não fui eu que fiz questão de apagar você da minha vida. O destino é quem se encarregou de tal fato.

A essência de um anjo perdida no tempo. Sem seu brilho pra me iluminar, tudo ficou tão escuro, tão vazio...

(26/01/2011 às 23:40 - Registro de um diário imaginário do Profeta Porventura)